sábado, 13 de agosto de 2011

Para Assistir:
 
 Cabra Marcado para morrer





Cabra marcado para morrer é um filme documentário brasileiro de 1984, dirigido por Eduardo Coutinho (119 min. de duração).

Sinopse

O filme é uma narrativa semidocumental da vida de João Pedro Teixeira, um líder camponês da Paraíba, assassinado em 1962. Foi interrompido em 1964, em razão do golpe militar, o qual as forças policiais cercaram a locação no engenho da Galiléia e interrompem as filmagens, parte da equipe foi presa sob a alegação de comunismo e o restante se dispersou. Recomeçado 17 anos depois, recolhendo os depoimentos dos camponeses que trabalharam nas primeiras filmagens e reencontrando a viúva de João Pedro, Elizabeth Teixeira, que até então vivia na clandestinidade.
Conta a história das Ligas camponesas de Galiléia e de Sapé e a vida de João Pedro através das palavras de sua viúva, Elizabeth Teixeira, que conta sobre a sua vida nesses vinte anos, assim como a de seus filhos, separados dela desde dezembro de 1964.

 Elenco
  • Eduardo Coutinho .... ele mesmo
  • Ferreira Gullar .... narração
  • Tite de Lemos .... narrador

Principais prêmios e indicações

XXXV Festival de Berlim 1985 (Berlim/Alemanha)
  • Recebeu os prêmios FIPRESCI e Interfilm do Fórum de Cinema Jovem.

FesTróia - Festival Internacional de Cinema de Tróia 1985 (Setúbal/Portugal)
  • Recebeu o Golfinho de Ouro.

VI Festival do Novo Cinema Latino-americano 1984 (Havana/Cuba)
  • Recebeu o Prêmio Coral na categoria de Melhor Documentário.

I FestRio 1984 (Rio de Janeiro/RJ)
  • Recebeu o Tucano de Ouro na categoria de Melhor Filme, o Prêmio da Crítica, o Prêmio OCIC (Ofício Católico Internacional de Cinema) e o Prêmio D. Quixote da FICC (Festival Internacional de Cinema).

13º Festival do Cinema Brasileiro de Gramado 1985 (Gramado/RS)
  • Recebeu o prêmio Hours Concours.

Festival de Cine Realidade 1985 (Paris/França)
  • Recebeu o Grande Prêmio.

Curiosidades

  • O filme originariamente era uma produção de 1964, com o mesmo director, e que foi interrompida pelo Golpe de 1964. Vinte anos depois foram reunidos os mesmos técnicos, locais e personagens reais para contar a sua história.
  • No total, o filme Cabra marcado para morrer recebeu doze prêmios.


Opinião:  Como eu nunca assistir esse filme, não posso dar minha opinião ao respeito, mas peguei da Internet uma critica a respeito deste documentário.

Neste documentário, Elizabeth Teixeira, viúva de João Pedro - camponês que lutava por melhores dias para todos os camponeses -, conta como foram as filmagens e como aconteceu a morte de seu esposo. No início, ela se apresenta um tanto quanto retraída diante das câmaras, e principalmente, sendo guiada por seu filho mais velho, o único que sabia do paradeiro da mãe, no interior do Nordeste brasileiro. No dia seguinte, Elizabeth, mais ambientada com as câmaras e com o repórter, começa a falar sobre tudo o que aconteceu naquele longínquo início da década de 60, quando seu marido liderava os camponeses. Infelizmente, devido a má qualidade do som, o que ficou foi justamente o de ver uma personagem diante das câmaras, narrando com detalhes todos os acontecimentos vividos por ela. Fonte: http://pt.shvoong.com/humanities/1766545-resenha-document%C3%A1rio-cabra-marcado-para/#ixzz1VFNELtdz




 O Que É Isso, Companheiro? 



O Que É Isso, Companheiro? é um filme brasileiro de 1997, dirigido por Bruno Barreto, com roteiro parcialmente baseado no livro homônimo de Fernando Gabeira, escrito em 1979. Produzido por Luiz Carlos Barreto, é estrelado por Pedro Cardoso, Fernanda Torres, Cláudia Abreu, Matheus Nachtergaele, Luiz Fernando Guimarães e tem uma participação especial de Fernanda Montenegro e do ator norte-americano Alan Arkin no papel de Charles Burke Elbrick, entre outros.
Lançado nos Estados Unidos com o título de Four Days in September, concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro daquele ano.

Sinopse

O enredo conta, com diversas licenças ficcionais, a história verídica do sequestro do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick, em setembro de 1969, por integrantes dos grupos guerrilheiros de esquerda MR-8 e Ação Libertadora Nacional, que lutavam contra a ditadura militar do país na época e pretendiam trocar o embaixador por companheiros presos.
Alguns nomes dos personagens ligados à guerrilha foram trocados em relação a seus nomes verdadeiros no livro e na vida real.

 Elenco

  • Pedro Cardoso.... Paulo (Fernando Gabeira)
  • Fernanda Torres .... Andréia / Maria (Vera Sílvia Magalhães)
  • Alan Arkin .... Charles Burke Elbrick
  • Matheus Nachtergaele .... Jonas (Virgílio Gomes da Silva)
  • Luiz Fernando Guimarães .... Marcão (Franklin Martins)
  • Cláudia Abreu.... Renée (José Sebastião Rios de Moura)
  • Nélson Dantas .... Toledo (Joaquim Câmara Ferreira)
  • Marco Ricca .... Henrique
  • Maurício Gonçalves .... Brandão
  • Caio Junqueira .... Júlio (Vladimir Palmeira?)
  • Selton Mello ....César / Oswaldo
  • Eduardo Moscovis .... Artur
  • Fernanda Montenegro .... dona Margarida (Elba Souto-Maior)
  • Lulu Santos .... sargento Eiras
  • Alessandra Negrini .... Lília
  • Fisher Stevens .... Mowinkel
  • Antônio Pedro ... dono do bar
  • Milton Gonçalves .... segurança da embaixada
  • oto de lima...oficial da inteligência do exército
  • Caroline Kava .... Elvira Elbrick



Opinião: Já ouvi falar deste filme, mas não tive ainda a curiosidade de assisti-lo, na internet a muitas críticas positivas a respeito do roteiro e do filme...

Damares de Souza Rolim - Curitiba PR A importância deste filme é para vcs estudantes, professores brasileiros, conhecer a História de noso país e a mácula nele impressa pela diadura militar, e assim quem sabe, levar à reflexão da importância que é a democracia, respeito ao outro, e a consciência da construção do conhecimento conhecimento verdadeiro, que liberta pela verdade da luta dos heróis anônimos incluindose os professores em sala de aula que em contato com seus alunos esclarecem tantas verdades, àqueles que se expõem, e lutam por direitos legítimos , e justiça, aos tantos recantos deste imenso Brasil, na Educação, Saúde, Moradia, Emprego digno e respeito as diferenças.
01/05/2010 23:24:11
 Pra frente, Brasil




Pra frente, Brasil é um filme brasileiro de 1982, dos gêneros drama e ficção histórica, dirigido e escrito por Roberto Farias, baseado em argumento de Reginaldo Faria e Paulo Mendonça Estrelado por Reginaldo Faria, Antônio Fagundes, Natália do Valle e Elizabeth Savalla, Pra frente, Brasil foi um dos primeiros filmes a retratar a repressão da ditadura militar brasileira(1964–1985) de forma aberta.


 Sinopse

Em 1970, na época dos anos de chumbo e do dito "milagre econômico", o Brasil vibra com a Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo sediada no México. Enquanto isso, prisioneiros políticos são torturados por agentes da repressão oficial e inocentes também acabam sendo vítimas dessa violência.
Jofre Godoi da Fonseca é um pacato trabalhador de classe média, casado com Marta, com quem tem dois filhos. Miguel, seu irmão, goza dos mesmos privilégios que ele, apesar de amar Mariana, uma guerrilheira de esquerda. Quando Jofre divide um táxi com um militante de esquerda, é tido como "subversivo" pelos órgãos de repressão. É preso e submetido a inúmeras sessões de tortura.
Miguel e Marta tentam encontrá-lo através dos meios legais, mas se deparam com a relutância da polícia em investigar o desaparecimento. Com o telefone grampeado, Miguel recebe Mariana em casa, ferida após um fracassado assalto a banco. É quando ele fica sabendo da atuação de um grupo de repressão política patrocinado por empresários.
Enquanto isso, Jofre consegue fugir de seu cativeiro, mas é alcançado pela Veraneio de seus algozes, que assistiam à cena escondidos. Barreto, o chefe dos torturadores sai do veículo e vai pessoalmente verificar o estrago que seus homens haviam feito em Jofre. Cumprido o dever, retornam ao cativeiro onde, por conta das torturas sofridas, o inocente acaba morrendo ao som dos gols do jogo Brasil versus Itália e da marchinha do tricampeonato, "Pra frente, Brasil".


 Elenco
  • Reginaldo Faria .... Jofre
  • Antônio Fagundes .... Miguel
  • Natália do Valle .... Marta
  • Elizabeth Savalla .... Mariana
  • Carlos Zara .... Dr. Barreto
  • Cláudio Marzo .... Sarmento
  • Neuza Amaral
  • Ivan Cândido
  • Flávio Migliaccio
  • Milton Moraes
  • Luiz Armando Queiroz
  • Irma Álvarez
  • Lui Farias

    
    
    Opinião: Tirei este comentario a respeito do filme da internet.
    O filme é recomendável, principalmente para os que não viveram o período militar brasileiro. Relata uma época da História do Brasil que deverá servir de exemplo para que nunca mais se repita. Roberto Farias fez um filme movimentado e ousado em uma época em que o cinema brasileiro tinha um forte apelo erótico. O cenário era um país embriagado pela Copa de 70 e que deixou para poucos "heróis" a tarefa de servir de resistência para uma ditadura militar cruel e insane. Dentro do competente elenco global, os destaques ficaram por conta de Reginaldo Faria, Antônio Fagundes e Elizabeth Savala.
 Lamarca

      Lamarca é um filme brasileiro de 1994, dirigido por Sérgio Rezende e baseado em livro de José Emiliano e Miranda Oldack, de título Lamarca, o capitão da guerrilha, uma biografia do militar e guerrilheiro Carlos Lamarca.
      A trilha sonora é de David Tygel.
       Sinopse  
          A história começa em dezembro de 1970, quando o ex-capitão do exército brasileiro e grande atirador Carlos Lamarca e seu grupo político rebelde negociam com a Ditadura Militar a soltura de presos políticos em troca da vida do sequestrado embaixador da Suíça, mantido por eles em cativeiro. Trinta presos são soltos e a "repressão" aumenta a perseguição aos guerrilheiros, comandada por um general do Exército e o delegado civil Flores (referência ao delegado da vida real Fleury), que se apresenta como o matador de Marighella e outros "subversivos" e não hesita em torturar seus prisioneiros para obter informações. Os dirigentes do grupo de Lamarca querem que ele saia do Brasil, mas ele não aceita. Lamarca vai então para a Bahia, acompanhado da amante e também militante Clara, para se encontrar com os aliados da guerrilha Zequinha e seus irmãos. Eles o escondem em um sítio no interior do estado. Enquanto espera para se encontrar com os demais guerrilheiros para organizarem um levante rural, Lamarca lembra de momentos do seu passado, da experiência marcante de quando serviu como soldado da ONU no Canal de Suez que o fez se revoltar contra os "capitalistas", da sua mulher e filhos que enviara para Cuba e do campo de treinamento de guerrilheiros que criara no Vale do Paraíba em São Paulo. 
             Elenco

           Curiosidades


          • Sem citar os nomes verdadeiros, o roteiro alude as personalidades da época da repressão militar pela sonoridade dos nomes; assim, o delegado Sérgio Paranhos Fleury se transformou em "Flores", e Iara Iavelberg, em "Clara".
          • Nelson Dantas,que fez o pai de Lamarca e Paulo Betti que fez o próprio Lamarca no filme,fizeram uma participação no filme Zuzu Angel. Lamarca apareceu num assalto a banco junto com Stuart Edgar Angel Jones,interpretado por Daniel de Oliveira. O pai de Lamarca aparece com Zuzu quando ela o visita. Ambos os personagens não tem falas no filme.
          Opinião: crítica retirada da net...

          Considerado a melhor estréia nacional de 1994, o filme de Sergio Rezende acompanha os dois últimos anos da vida do Capitão Carlos Lamarca (Paulo Betti), desde o momento em que, casado com Marina (Deborah Evelin), decide fazer uma opção radical pela revolução enviando a mulher e os dois filhos para Cuba e desertando do Exército em janeiro de 1969, até sua morte em 1971. Na clandestinidade, ligado a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), Lamarca comanda assaltos e seqüestros, apaixona-se por Clara (Carla Camurati) e amadurece em suas convicções políticas. Começa a sofrer, também, a perseguição sem trégua do delegado Flores (Ernani Moraes), e depois do Exército, sob o comando de um Major (José de Abreu) determinado a derrotar a qualquer preço "o traidor da bandeira". (Emiliano José)
          Livros para Ler:

          Ronaldo Costa Couto - 4 volumes
          A Ditadura Envergonhada (2002)
          A Ditadura Escancarada (20020
          A Ditadura Derrotada (2003)
          A Ditadura Encurralada (2004)

          Roniwalter Jatobá
          A crise do regime militar (1997)

          Opinião: Como nunca li este livro, achei esta resenha dele: A crise do regime militar reconstitui passo a passo os momentos principais do processo longo, agitado e tenso de retorno do país à ordem democrática, depois de duas décadas de autoritarismo. Volume da coleção "Retrospectiva do Século XX" e dirigida aos alunos de primeiro e segundo graus, a obra retrata político, social e economicamente a história do Brasil de 1974 a 1985

          Bernado Kucinski
          O fim da ditadura militar (2001)

          Sinopse: Esta obra procura explicar o porquê da transição brasileira ter demorado 15 anos para se concretizar. A mais longa transição de todos os regimes de exceção latino-americanos. Por meio de uma análise de acontecimentos como a campanha das diretas, as greves do ABC, o colapso do milagre, o autor nos leva a refletir sobre este importante período da história brasileira recente

          Marcos Napolitano
          O regime militar brasileiro (1998)

          Sinopse: Discutindo a história do brasil é uma coleção que tem por objetivo apresentar ao leitor um amplo painel do nosso passado. A variedade de temas - desenvolvidos por diferentes autores e nem sempre com mesmos enfoques - possibilita a estudantes e professores uma reflexão crítica do processo histórico e de suas abordagens.


          Maria Helena Paes
          A década de 60- rebeldia, contestaçãoe repressão política (1992)

          Sinopse: Período de grandes contradições no panorama internacional, a década de 1960 conheceu o incrível avanço tecnológico e as manifestações da contracultura. No Brasil, além da efervescência cultural, houve a volta do regime militar, que culminou com o AI-5

          Marly Rodrigues
          O Brasil da abertura: de 1974 à Constituinte (1980)

          Sinopse: A proposta da coleção História em Documentos é partir da utilização de documentos de época - textos oficiais, cartas, letras de músicas, artigos de jornais e fotos, entre outros - para expor temas relevantes da vida brasileira com a máxima fidelidade. Esses documentos são reproduzidos e comentados pelos autores; com isso, o aluno pode acompanhar e compreender melhor o processo de interpretação e análise dos fatos pelo historiador, aplicando ele mesmo esses princípios no momento de realizar os exercícios propostos.

          Algumas Charges que eu Gostei










          (continuação...)

          A oposição reivindicava o estabelecimento de eleições diretas para 1985 e enviou sua proposta na forma de uma emenda à Constituição. Em 25 de abril de 1984, a emenda Dante de Oliveira foi rechaçada pelos parlamentares, após uma manobra do PDS. Era o fim das “Diretas Já!”. O presidente seria escolhido pelo Congresso.

          Emenda Dante de Oliveira -  recebeu o nome de emenda Dante de Oliveira a proposta de emenda constitucional (PEC nº5/1983) formulado pelo deputado federal Dante de Oliveira (PMDB-MT) em 1984 que tinha por objetivo reinstaurar as eleições diretas para presidente da República no Brasil, uma vez que a tradição democrática havia sido interrompida no país pelo golpe militar de 1964.A eno rme pressão popular para que a emenda fosse aprovada transformou-se num dos maiores movimentos político-sociais da história do Brasil e logo recebeu o nome de Diretas Já. De acordo com uma pesquisa do IBOPE, 84% da população brasileira era favorável à aprovação da emenda.Apesar do alarido popular, a emenda constitucional foi rejeitada pela Câmara dos Deputados no dia 25 de abril de 1984. Por se tratar de uma emenda constitucional, precisava dos votos de dois terços da Casa (320 deputados) para prosseguir ao Senado. O resultado da votação foi o seguinte: 298 deputados votaram a favor, 65 contra, três abstiveram-se e 113 não compareceram ao plenário.






          Um acordo entre o PMDB e dissidentes do PSD (facção chamada de “Frente Liberal”) proporcionou a criação da chapa Aliança Democrática, tendo como candidato à presidência o governador licenciado de Minas Gerais, Tancredo Neves (PMDB) e, como vice, o senador pelo Maranhão José Sarney, ex-presidente do PDS.

          (Sarney e Tancredo)

          Os aliados  do governo foram representados pelos deputados federais Paulo Maluf e Flávio Marcílio, ambos do PDS.

          (Paulo Maluf)


          (Flávio Marcílio)

          Com a rejeição da emenda, a eleição para presidente da República de 1985 foi novamente indireta. Entretanto, articulações da oposição ao regime militar, em especial do PMDB, endossadas pela mídia e com forte apoio popular, racharam a base governista que era maioria no Congresso Nacional, ocasionando a escolha do oposicionista Tancredo Neves - (PMDB) como presidente da república com mais de 70% dos votos.
           Encerrou-se assim um ciclo de cinco presidentes militares iniciado em 1964.



























                                  (Tancredo)


          (Sarney)


          Tancredo porém, nunca viria a tomar posse, falecendo por sérios problemas de saúde no dia 21 de abril de 1985. Seu vice, José Sarney, tomou posse em 15 de março daquele mesmo ano, sendo também um dos responsáveis pelo processo de redemocratização do país, mesmo tendo apoiado os militares por vinte anos.


          ( noticias sobre estado de Tancredo Neves)



          (Segunda-feira, 22/04/1985. Quando a morte foi anunciada, às 22h23, a emoção e a dor tomaram conta do Instituto do Coração. Tancredo ficou internado por 38 dias e morreu por falência múltipla dos órgãos.)

          Cai a cortina de chumbo !!

          A partir de 1983, a oposição concentrou seus esforços na campanha para o restabelecimento das eleições diretas para Presidência da República. Chamado de “Diretas Já!”, o movimento atingiu seu auge em 1984, quando milhões de pessoas foram às ruas exigindo o fim do regime militar.





















           
          Cenas de Comícios "Diretas Já!"






          




          (continuação...)

          Nessa época, entretanto, a política brasileira passava por outras turbulências. Entre 1980 e 1981, diversos atentados terroristas, como seqüestros e cartas-bomba, organizados por grupos de extrema direita descontentes com a abertura política, colocaram em risco o retorno à democracia. O maior impacto aconteceu em 1° de maio de 1981, no Rio centro, Rio de Janeiro, durante um show de música que comemorava o Dia do Trabalho. No estacionamento do centro de exposições, uma bomba explodiu dentro de um carro ocupado por um sargento e um capitão do Exército. Segundo versões extra-oficiais, os militares iriam instalar a bomba no palco, mas, por acidente, ela foi detonada dentro do carro, matando o sargento. Até hoje, entretanto, nenhum dos envolvidos foi preso.

          o que foi o RioCentro ?
          O chamado atentado do Riocentro foi um frustrado ataque à bomba que seria perpetrado no Pavilhão Riocentro na noite de 30 de abril de 1981, por volta das 21 horas, quando ali se realizava um show comemorativo do Dia do Trabalhador.
          As bombas seriam plantadas pelo sargento Guilherme Pereira do Rosário e pelo então capitão Wilson Dias Machado, hoje coronel, atuando como educador no Colégio Militar de Brasília. Por volta das 21h00min, com o evento já em andamento, uma das bombas explodiu dentro do carro onde estavam os dois militares, no estacionamento do Riocentro. O artefato, que seria instalado no edifício, explodiu antes da hora, matando o sargento e ferindo gravemente o capitão Machado.
          Na ocasião o governo culpou radicais da esquerda pelo atentado. Essa hipótese já não tinha sustentação na época e atualmente já se comprovou, inclusive por confissão, que o atentado no Riocentro foi uma tentativa de setores mais radicais do governo (principalmente do CIE e o SNI) de convencer os setores mais moderados do governo de que era necessária uma nova onda de repressão de modo a paralisar a lenta abertura política que estava em andamento.
          Uma segunda explosão ocorreu a alguns quilômetros de distância, na miniestação elétrica responsável pelo fornecimento de energia do Riocentro. A bomba foi jogada por cima do muro da miniestação, mas explodiu em seu pátio e a eletricidade do pavilhão não chegou a ser interrompida.

















          As conseqüências do “milagre”
          Mundialmente, o choque do petróleo em 1979 desencadeou uma nova crise favorecendo ao aumento das taxas de juros internacionais e a disparada da inflação ao longo de seis anos. Foi neste momento que a dívida externa do Brasil passou da marca dos 100 bilhões de dólares.
          Acertar as contas do “milagre” econômico. Esse era o cenário da economia brasileira no início da década de 80. Diante do aumento da taxa de juros do capital internacional, o Brasil via-se mergulhado numa profunda recessão. Apenas o pagamento da dívida externa representava mais de 50% do que o país ganhava com suas exportações. Em 1981, o PIB brasileiro apresentava índices negativos, o desemprego tomava conta do mercado interno e o déficit da balança comercial era cada vez mais alto.
          Em 1982, o Brasil recorria ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para renegociar a dívida externa e obter recursos para o pagamento das contas públicas. Nos anos seguintes, as sete cartas de intenções emitidas pelo governo militar ao FMI não foram cumpridas Não teve jeito: a taxa de inflação duplicou de 1982 para 1983, e, deste ano, saltou de 200% ao ano para 250% em 1984. O rombo estava feito e o sonho de se chegar ao “Primeiro Mundo” encontrava-se cada vez mais distantes.
           
          Para tentar dar jeito na situação econômica brasileira foi chamado novamente Delfim Neto para assumir o Ministério da Fazenda. O ministro lançou o III Plano Nacional de Desenvolvimento, mas que em nada obteve êxito, já que a recessão que assolava o mundo impedia a obtenção de novos empréstimos. Mas João Figueiredo continuou tentando combater a crise financeira, implementou um programa de incentivo à agricultura com o slogan Plante que o João garante! que foi capaz de modernizar o sistema agrícola do país e transformar o Brasil em um dos grandes exportadores de produtos agrícolas do mundo. No governo de Figueiredo também foram construídas quase três milhões de casas populares, recorde histórico até então, por meio de um programa de habitação.
          Com tais medidas, João Figueiredo conseguiu que o Brasil saísse da recessão em seu último ano de governo e gerasse um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 7%. A elevação dos índices de exportação e a maior independência do mercado interno, especialmente em relação ao petróleo, fizeram com que a condição externa do Brasil atingisse relativo equilíbrio.
          (continuação...)


          Com a Lei da Anistia, voltaram ao país líderes da oposição ao regime: Jânio Quadros, Darci Ribeiro, Luís Carlos Preste, Leonel Brizola, Celso Furtado etc. A volta de nomes importantes da política nacional fortaleceu sobremaneira a resistência civil, aumentando a pressão pelo retorno à democracia.
          O crescimento da oposição levou o governo a extinguir o bipartidarismo. A existência de apenas dois partidos não era mais interessante para os militares, uma vez que todos os opositores ao regime esqueciam suas divergências e aglutinavam-se no MDB, único canal político capaz de pressionar pela restauração democrática.










          Em dezembro de 1979, com o objetivo de dividir e enfraquecer a oposição, o governo extinguiu a Arena e o MDB, dando início à reforma partidária. Formou-se o Partido Democrático Social (PDS), composto por ex-integrantes da Arena, e o PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), englobando a maioria da oposição. Os trabalhistas, originários do período populista e inspirado em Getúlio Vargas, dividiram-se no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e no Partido Democrático Trabalhista (PDT). Surgiu, também, o Partido Popular (PP), composto por militantes conservadores da oposição, e o Partido dos Trabalhadores (PT), tendo como líder sindical Lula seu principal representante, que reuniu militantes do movimento sindical e estudantil, além de integrantes dos movimentos de base da Igreja Católica.




          Em novembro de 1980, com o intuito de dividir ainda mais a oposição e fortalecer o PDS, o governo proibiu as coligações partidárias. O PMDB, principal partido oposicionista, fortaleceu-se com a incorporação do PP aos seus quadros e com o apoio dado pelo PT, PTB, e PDT. Assim, a bipolarização vista nas eleições para governadores de 1982, entre o PMDB e o PSD, seguia o mesmo caminho político-partidário do auge da ditadura, quando se confrontavam o MDB e a Arena.


           


            Charges sobre a Lei de Anistia 































          Governo de Figueiredo

          (continuação...)

          Diante da pressão popular Geisel mandou reabrir o Congresso e determinou a revogação do AI-5 a partir de 1° de janeiro de 1979. Com isso, o Congresso não poderia ser mais fechado, extinguia-se  a cassação dos direitos políticos  dos cidadãos, acabava a pena de morte, a prisão perpétua e a censura prévia na imprensa. A atitude descontentou a linha dura, que passou a pressionar  o  presidente. Geisel reagiu demitindo o ministro do Exército, Sylvio Frota, principal candidato a linha dura à sucessão presidencial.
           Assim, Geisel abria caminho para candidatura do general João Baptista de Oliveira Figueiredo, presidente do SNI. A oposição lançou  o nome  do general Euler Bentes Monteiro, militar da reserva ligado aos setores liberais das Forças Armadas. Em 1978, repetindo o jogo político, o Congresso confirmou  o general Figueiredo na presidência.

                      Governo de Figueiredo 
                    e a abertura política

          O governo de João Baptista Figueiredo marcou a posse do cargo de presidente brasileiro como de um militar pela última vez. Em seu mandato a abertura política se intensificou e as manifestações populares conseguiram pressionar o governo em sentido ao fim da ditadura. Além disso, uma grave crise econômica marcou os anos de João Figueiredo no poder.


          O presidente Ernesto Geisel indicou para sua sucessão o candidato João Baptista Figueiredo da ARENA, partido do governo. Obtendo sucesso no pleito eleitoral, feito de forma indireta, foi eleito pelo Colégio Eleitoral no dia 15 de dezembro de 1978 derrotando com 355 votos o candidato do MDB, o general Euler Bentes Monteiro que obteve 266. Tão logo foi declarado vitorioso nas urnas, João Figueiredo prometeu ao povo brasileiro promover o processo de democratização do país.

           




          (Figueiredo)


          (general Euler Bentes Monteiro - candidato do MDB)


          No dia 15 de março de 1979 assumia então o novo presidente João Figueiredo. Assim que assumiu, deparou-se com a delicada situação econômica brasileira. O país já havia encerrado seu período de grande crescimento chamado "Milagre" Econômico, entre os anos de 1968 e 1973, e vivia então as consequências de uma política de empréstimos que tentou sustentar a economia do país. A crise que se estendia já por alguns anos gerou impactos também na política e aumentou a insatisfação do povo com o regime militar.

          Figueiredo viu-se cercado pela pressão da população civil. No ABC paulista, milhares de metalúrgicos voltaram às ruas em grave. Utilizando o aparato repressivo, o presidente interveio nos sindicatos e cassou suas principais lideranças. Em vão: a resistência tornou-se ainda mais forte, com os operários ganhando ajuda da Igreja Católica, do MDB, do movimento estudantil, de intelectuais e jornalistas. Em abril de 1980, uma nova greve, com a participação de 300 mil metalúrgicos, dominou o ABC por 41 dias. Lula e outros 11 líderes sindicais foram presos e enquadrados na Lei de Segurança Nacional.








          (Lula - um dos líderes presos - ficou em carcere por 31 dias)


          Por todo o país, formavam-se comitês de apoio à anistia de presos e exilados políticos, que reivindicavam uma anistia ampla, geral e irrestrita. Em agosto de 1979, o governo sancionou a Lei da Anistia.

          Lei da anistia - é o nome popular da lei n° 6.683, que foi promulgada pelo presidente Figueiredo em de 28 de agosto de 1979, ainda durante a ditadura militar. A lei foi promulgada graças à Campanha da Anistia, que pedia a promulgação da lei, que estabelece:
          Art. 1º É concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crime eleitorais, aos que tiveram seus direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais, punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares ...(vetado).
          § 1º - Consideram-se conexos, para efeito deste artigo, os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política. A luta pela anistia dos opositores da ditadura ( que começou no Brasil em 1968 ), protagonizada por estudantes, jornalistas e políticos de oposição ao regime. No Brasil e no exterior foram formados comitês que reuniam filhos, mães, esposas e amigos de presos políticos para defender uma anistia ampla, geral e irrestrita a todos os brasileiros exilados no período da repressão política. Em 1978 foi criado, no Rio de Janeiro, o Comitê Brasileiro pela Anistia congregando várias entidades da sociedade civil, com sede na Associação Brasileira de Imprensa.
          O governo João Batista Figueiredo encaminhou ao Congresso o seu projeto, em junho de 1979. O projeto governista atendia apenas parte dos interesses, porque excluía os condenados por atentados terroristas e assassinatos segundo o seu art. 1o, favorecia também militares, e os responsáveis pelas práticas de tortura.