domingo, 7 de agosto de 2011

A resistência Artística

Após o golpe de 1964, duas frentes emergiram na MPB. De um lado, os representantes da Jovem Guarda como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia, que, influenciados pelo Rock and Roll dos anos 50 e 60, faziam grande sucesso, principalmente com música como     ”Quero que vá tudo para o inferno”, “Calhambeque” e “Festa de Arromba”. Praticamente no auge da ditadura o conteúdo das músicas da Jovem Guarda mostrava uma falsa rebeldia, o que não agradava ao movimento estudantil e aos militares de esquerda.

 ( música de Roberto Carlos " Quero que  vá tudo  para o inferno")

(música de Erasmo Carlos "Festa de Arromba")


Do outro lado, uma série de jovens compositores e cantores, seguidores da Bossa Nova, despontavam no cenário nacional, como Chico Buarque e Geraldo Vandré; As letras de suas músicas, chamadas de “canções de protesto”, clamavam contra a ditadura, obtendo, por isso, grande apoio dos estudante e da esquerda

As chamadas "Canções de protesto!"


(Música de Chico Buarque " Apesar de Você", )

(Música de Geraldo Vandré)


Pra não dizer que não falei das flores  
              (Geraldo Vandré)

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer
Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria ou viver sem razão
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.
Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

 Essa música transformou-se num marco da resistência à ditadura militar basileira,considerada um HINO à União Popular.

Cantores Influentes na Ditadura Militar brasileira

Discografia

Roberto Carlos
Em Ritmo de Aventura
  (1967)


 
01. Eu sou Terrível
02. Como é Grande O Meu Amor Por Você
03. Por isso Corro Demais
04. Você Deixou Alguém a Esperar
05. Do que vale tudo isso
06. Folhas de Outono
07. Quando
08. É Tempo De Amar
09. Você não Serve Pra Mim
10. E Por isso Estou Aqui
11. O Sósia
12. Só vou Gostar de Quem Gosta de Mim
(Eu escolhi esse Albúm, por que particularmente , é o que contém músicas que eu conheço e gosto, por exemplo "Eu Sou Terrivel" e "Como é Grande o Meu Amor Por Você").

http://www.youtube.com/watch?v=vylqYQIBaT8
( Link da Música : "Eu Sou Terrivel")

(Video da Música: "Como é Grande o Meu Amor Por Você")


Músicas Relacionadas ao Regime Militar


Cálice (Chico Buarque & Milton Nascimento)



Como Nossos Pais (Elis Regina / Belchior)


  • Essa Música é realmente linda, e cho que em qualquer epoca, a pessoa que escutar vai se dar conta, de que o Mundo vai ser sempre o mesmo, que os problemas sempre vão estar lá, apenas com nomes diferentes, em periodos diferentes, mas que no final uma geração sempre vai vivencia-los como a anterior . Então como a música diz:

"Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
como nossos pais."

E vamos à Luta (Gonzaguinha)
  
  • Eu  acho que esta musica, retrata um pouco os jovens brasileiros, que viveram durante a Ditadura, que lutaram pelos seus direitos, por um amanhã melhor, sem sencura e com liberdade de escolha. Que enfrentaram passeatas, mortes e até guerrilharam para serem ouvidos, pelos demais que não queriam abrir os olhos.
Eu acredito é na rapaziada
Que segue em frente e segura o rojão
Eu ponho fé é na fé da moçada
Que não foge da fera e enfrenta o leão

Eu vou á luta com essa juventude
Que não corre da raia a troco de nada

Eu vou no bloco dessa mocidade
Que não tá na saudade e contói
A manhã desejada !!


 



Acorda Amor
(Julinho de Adelaide / Leonel Paiva - 1974)
Intérprete: Chico Buarque


Na verdade Julinho de Adelaide é  o proprio Chico Buarque, usando este  pseudônimo
para driblar a censura da epoca.


  • Acorda Amor é um retrato fiel aos fatos ocorridos no período que teve seu ápice entre 1968 (logo após a decretação do AI-05) e 1976 quando, teoricamente, a tortura já não era mais praticada pelos militares. Diversas pessoas sumiram durante este período após terem sido arrancadas de suas casas a qualquer hora do dia ou da noite, e levadas para DOPS e DOI-CODI´s espalhados pelo Brasil. A falta de confiança era tão grande que as pessoas tinham mais medo dos policiais (que seqüestravam, torturavam, matavam e, muitas vezes sumiam com corpos) do que de ladrões. A ironia do compositor é tão grande que, quando os agentes da repressão chegam a casa chamam-se os ladrões para que sejam socorridos.


Principais Cantores Dos Anos Rebeltes
(periodo da Ditadura Militar)




(Roberto Carlos - Em 1968/1969)


(Roberto Carlos - Atualmente)


(Chico Buarque- Em 1968/1969)


(Chico Buarque - Atualmente)


(Wanderléia - Em 1968/1969)


(Wanderléia- Atualmente)


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